Presas no Subúrbio – Filme que fala sobre a influência da indústria da música.

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Olá leitores, hoje eu vou falar de um filme infantil que passou nesse ultimo sábado na TV Globo (09/05/2015) que foi o filme Stuck in the Suburbs que o título em português é Presas no Subúrbio. Muitos devem estar indagando.. “ah por que você vai falar de um filmeco infantil de má qualidade desses?” ou “você não tem filme melhor pra falar não?”, bom na verdade eu tenho filme melhor sim pra falar, mas o que me intrigou nesse filme, do fato dele ser um filme infantil, e incrívelmente revelar a influência da indústria da música em nós e nos artistas que eles divulgam.

Sabe o que é mais engraçado? O fato de uma coisa como essa ser mostrado em um filme infantil, de má qualidade, melhor dizendo, eles querem tornar “bobo” e meio que “infame” esse assunto, realmente para que nós não darmos a atenção merecida, com que a indústria da música  faz. Que apesar do filme não ser baseado em fatos reais, na verdade o que acontece nele é uma grande realidade. Essa postagem também é uma reflexão para ver o que a nossa juventude assiste com seus “olhos fechados” para os reais motivos da indústria da mídia com a nossa sociedade.

Bom vamos começar com a sinopse do filme, para vocês entrarem um pouco por dentro do que estou falando, para entender melhor:


Stuck in the Suburbs – Sinopse.

“Com 14 anos, Brittany Aarons (Danielle Panabaker) e suas amigas estão muito entediadas com a monótona vida que levam nos subúrbios, até que recebem a inesperada visita da estrela Jordan Cahill (Taran Killam).

O coração de Brittany acelera quando recebe a fabulosa notícia que seu ídolo, o talentoso cantor pop Jordan Cahill, filmará seu novo videoclipe em um lugar que para ela, até este momento era o mais chato do mundo: a sua vizinhança!

Brittany e sua mais nova amiga Natasha (Brenda Song) vão a gravação do videoclipe de Jordan, e quando Jordan e sua equipe estão indo para o ônibus, Brittany esbarra com o melhor amigo de Jordan que estava com seu celular. Os dois deixam tudo cair no chão, e pegam seus pertences rapidamente e acidentalmente trocam seus celulares, sendo que Brittany fica com o celular de Jordan.

Brittany tenta devolver o telefone, porém sem sucesso, ela e sua amiga Natasha resolvem “aproveitar a oportunidade”. Elas acabam descobrindo que a chamativa imagem de Jordan é uma criação de sua gravadora apesar de seu verdadeiro talento como artista e compositor. Quando elas estão prestes a revelar sua verdadeira personalidade, descobrem que não importa onde uma pessoa mora ou o que quer que ela faça, desde que se mantenha fiél a si mesma e às outras pessoas.”

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Lendo a sinopse do filme já deu uma parte da noção do que eu estava querendo falar sobre ele. A influência que os artistas sofrem por parte da indústria da música, que acabam anulando seu próprio “eu”, sua própria pessoa, e se tornando uma pessoa que a indústria da música quer. E esse foco é dado a situação do astro Jordan Cahill (interpretado por Taran Killam) em todo filme. O modo como a indústria controla ele, e vai anulando sua pessoa, assim controlando sua vida inteira.

Falo isso, pois ao decorrer desses anos vemos casos como de Britney Spears, Lindsey Lohan, Amanda Bynes, Miley Cyrus, Justin Bieber, entre outras celebridades, que começam a apresentar os “sinais” que a sua vida é totalmente controlada pela indústria da mídia, e acabam bem dizer, enloquecendo, por não aguentar mais tanta pressão ou controle que a indústria exercem sobre eles, e acabam tento surtos como vemos que essas celebridades tem ou tiveram ao longo de suas carreiras. Agora voltamos ao enfoque do filme….

Uma coisa que vemos que o empresário de Jordan fala para ele quase o tempo todo no filme, que soa em tom de pressão e ameaça, é que Jordan não seria um astro do rock sem eles. Que toda imagem, músicas, publicidade, etc se devem a indústria. Que se ele quer continuar fazendo sucesso, quer continuar a carreira de artista dele, não quiser voltar a vida comum, sem fama dele,  ele tem que fazer o que ele impor á ele. Ou seja, uma marionete da indústria.

O enfoque que o filme começa a mudar, é quando o celular do Jordan cai nas mãos de Brittany e sua amiga por engano, que até então estava nas mãos da indústria. Ai a menina comum do subúrbio, que sonhava ser celebridade, em sair de lá, começa a ver como é realmente a vida de Jordan através de seu celular trocado, e começam a “mudar” ele, assim Jordan começa a revelar sua verdadeira personalidade e aos poucos saindo das amarras de marionete.

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Outra coisa que você nota no filme, também é o “melhor amigo” do Jordan, o Eddie (interpretado por Ryan Belleville). Que de acordo com a história, ele acompanha Jordan antes dele mesmo fazer sucesso, mas que acabou se tornando um controlado pela indústriada música também, por fazer tudo que o empresário de Jordan manda, e por Eddie ser o ponto fraco do Jordan, isto é, quando o empresário não consegue convencer Jordan, ele manda Eddie falar com ele, para que ele convença Jordan, já que ele está no status de melhor amigo do astro (e único até então, pois vemos que Jordan, como muitas celebridades é isolado de todo contato real com a sociedade), e acaba convencendo ele. Eddie representa um peão da indústria para ajudar a fazer que o artista faça o que eles realmente querem. E ao contrário de Jordan, Eddie sabe que está lá para convencer Jordan, e sabe que a insústria usa ele, mas ele não se importa e faz seu trabalho.

Mas além do filme falar sobre a influência da indústria da mídia em seus artistas, que é o que eu dou enfoque nessa postagem, o filme tem muitas outras coisas que esse filme mostra que também representam muito a nossa sociedade atual, como o fato de todas as casas do subúrbio serem iguais, os armários as meninas também, e até o fato da amiga da Brittany querer usar os mesmos sapatos que ela dizia ser exclusivo, e a Brittany correr para a aba da garota nova e popular da escola a Natasha, querendo desesperadamente ser diferente das outras pessoas, agarrando na primeira corda que ela pensa em ser diferente, a sua passagem para sair daquele lugar.

Brittany compõe músicas, mas também sofre de bloqueio e falta de imaginação, e não tem nenhum talento no canto e nem no violão para se tornar realmente uma estrela. Natasha até fala que a Brittany aprece com “aquelas cantoras de barzinho” e isso a deixa muito feliz, fazendo ela se sentir como se ela realmente não fosse daquele lugar, como se ela fosse diferente como Jordan. Brittany nessa parte, acaba representando as pessoas que querem ser celebridades, fazem o que podem para divulgar sua pessoa, canta em lugares pequenos, familiares mas nunca conseguem além disso, por que não sabem realmente explorar seu potencial.

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Outro assunto que o filme aborda, é sobre coisas que realmente importam para a nossa sociedade e no que realmente a nossa sociedade se importa. Como vemos o caso no filme da mãe de Brittany a Susan (interpretada por Kirsten Nelson) que sempre está lutando em causas importantes para a sua comunidade, e quanto ela luta e organiza um movimento contra a demolição de uma antiga casa de 100 anos, que seria um patrimônio público do local aonde mora, A filha dela, e as amigas e a maioria do subúrbio só querem saber de Jordan, não dando a mínima atenção á uma causa real, que realmente precisava da atenção das pessoas. Para eles, tanto faz a casa ser demolida ou não, por que o assunto do momento é o Jordan. Isso representa bem a Alienação que a indústria nos impõe.

Quantas vezes não vemos causas, como pessoas morrendo por causa de doenças, fome, estragos causados por catástrofes naturais (tsunamis, terremotos, furações, tufões,vulcões, epidemias, etc…), florestas sendo devastadas para construir mais shoppings e condomínios de luxo, destruindo nosso planeta? Susan representa esse 1 terço de pessoas no mundo que realmente se importam com essas causas. E Brittany e suas amigas representam a maioria das pessoas que ligam mais para que sua celebridade favorita está fazendo, ou que deixou de fazer do que para causas reais ou sociais.

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As coisas mesmo no filme começam a mudar e a se fundir, quando Brittany acorda e se comove com a situação e luta que a sua mãe está movimentando. Ai ela tem a ideia de resolver o problema juntando as duas coisas: Dizer as pessoas que Jordan irá fazer um show na manifestação. Assim, acabando de usar o celular do astro para uma causa boa, para que o patrimônio do filme não seja demolido. Apesar que nesse filme o empresário de Jordan lute contra a causas sociais, não quer de jeito nenhum que Jordan participe disto, e apesar que muitos também agirem da mesma forma, muitos empresários também são á favor de causas sociais, mas não por que se importam com a causa, ou esses são mais “bonzinhos”, mas por que esses eventos também são um tipo de publicidade para o artista.

Bom, no final do filme, vemos a moral da indústria da música, quando Jordan se liberta de suas amarras e resolve fazer seu próprio som, ele acaba fazendo o que quer, mas não tem a mesma fama e não é o mesmo viral que antes, e a indústria acaba perdendo uma de suas marionetes. E a indústria aprendeu a lição? Não, pelo contrário, a indústria age como a mãe do Charlie Harper: “Se a gente de sempre não gosta do jeito dela, ela não muda, ela arranja gente nova.” e foi isso que aconteceu literalmente.

Se o Jordan não gostava de ser uma marionete, ele queria ser ele mesmo, eles o descartaram, e arranjaram um novo astro, um novo rosto para que as pessoas pudessem ainda continuar em sua alienação que a mídia coloca sobre eles, que no caso, olha que curioso, o amigo de Jordan o Eddie, ele se torna o novo astro pop do momento, sendo que esse, diferente do Jordan, não se importa de ser controlado pela indústria. E o público acaba aceitando ele tão bem quanto Jordan. E ai o filme acaba.

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Quando eu falo em filme desses como crítica, isto é, eu que escrevi, falei e falei, eu não gosto de dar uma moral logo de cara. Eu gostaria que as pessoas que lessem esse artigo, pensasem realmente numa moral para o que esse filme representa mesmo na íntegra, e vendo dessa forma, garanto que muitos notaram que ele não é mais tão infantil assim… Na real eu só recomendo o filme para quem quiser assistir e analisar o que eu estou dizendo na postagem, por que em questões se o filme é bom ou não, sinceridade? Só assisti ele por acaso e não assistira ele de novo, pois não é o tipo de filme que eu gosto. Eu fico por aqui até a próxima postagem.

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